Em nível mundial, o ano de 2017 foi o primeiro em que o valor das transações efetuadas por meio de cartões, em especial os cartões de crédito, ultrapassou o valor das transações com cédulas e moedas.
Segundo a consultoria Euromonitor, no ano citado as transações via cartão subiram 5,5% e atingiram a incrível marca de 23,3 trilhões. Já com cédulas, as transações apresentaram uma queda de 1%.
Desde então, essa realidade de preferir o “retângulo de plástico” na hora de pagar compras, especialmente na modalidade crédito, cada vez mais está se tornando uma tendência irreversível, atendendo à conveniência e à rapidez desse método de pagamento e ao fato de o crédito representar mais prazo para pagamento e ainda permitir o parcelamento.
Dados mais recentes, como 2021, apontam que as compras com cartões aumentaram 33%, e em 2022, aumentaram 42% somente no primeiro trimestre.
Logicamente, essa nova realidade coloca alguns desafios não apenas para os clientes, mas também para os lojistas.
Somente em 2017, o Brasil sofreu uma tentativa de fraude de cartões de créditos a cada 16 segundos, de acordo com dados do Serasa. De março de 2018 a março de 2019, 8,9 milhões de brasileiros foram vítimas desse tipo de crime. Em 2022, levantamentos mostram que dois a cada dez brasileiros já sofreram com fraudes no cartão.
A verdade é que os criminosos estão cada vez mais especializados e valem-se de práticas muito sofisticadas ao perpetrar os ataques.
Assim, se por um lado verifica-se um aumento nas vendas por cartões, o que sem dúvida representa algo positivo para as empresas, por outro lado, elas precisam estar atentas ao cenário das fraudes e adotar medidas de modo a minimizar riscos e potenciais prejuízos.
Pensando nisso, neste post ajudamos você a entender o cenário das vendas a cartão de crédito no Brasil e apresentamos algumas dicas de como se desviar das fraudes. Continue a leitura e saiba mais!
O pagamento por cartão de crédito no Brasil
Antes de mais, vamos esclarecer alguns aspectos essenciais relacionais à oferta do cartão de crédito como pagamento pelas empresas brasileiras.
Devido aos hábitos de consumo que mencionamos de início, o cartão de crédito representa, de fato, uma vantagem competitiva no mercado atual. Além disso, a inadimplência, nesse tipo de pagamento, é quase nula, sendo arcada pelo adquirente ou pela instituição bancária associada ao cartão.
Por outro lado, é verdade que o pagamento via crédito tem impacto direto no fluxo de caixa e no dinheiro a ser investido pela empresa. Os gestores precisam, assim, levar em conta que, normalmente, só irão receber o dinheiro 30 dias depois do pagamento, o que exige um capital de giro maior.
Além disso, existem taxas cobradas pelas administradoras do cartão – geralmente, proporcionais aos valores transacionados.
Visto isso, atentemos agora para os diferentes tipos de fraudes e o que fazer para driblá-las.
As fraudes envolvendo cartões de crédito
São diversos os tipos de fraude envolvendo cartões de crédito. Como já referimos, os crimes estão cada vez mais sofisticados e valem-se de técnicas robustas. Confira a seguir.
Cancelamento intempestivo da venda
Nesta técnica, o criminoso conta com a ajuda de algum funcionário, também criminoso, para efetuar uma compra como se tratasse de um cliente normal.
Assim que a transação é concluída e o produto é entregue, o suposto cliente cancela a compra diretamente com a administradora do cartão, que desconhece a entrega do produto.
Se a empresa não faz o controle diário das vendas e cancelamentos, normalmente, apenas ao fim do mês se depara com o rombo no caixa. Nesse momento, infelizmente, já nenhuma medida reversiva pode ser tomada.
Compras com dados burlados
Esta é a modalidade de fraude mais comum. Nela, o criminoso tem aos dados do cartão e do seu titular e, na posse dessas informações, passa a efetuar compras em nome de outras pessoas, por vezes em diferentes lugares e regiões.
Antigamente, essa prática criminosa era viabilizada pela clonagem dos cartões, mas hoje, com significativo aumento da segurança, a clonagem reduziu drasticamente.
Ainda assim, os fraudadores conseguem obter os dados de usuários pela internet, pois há vírus e softwares que capturam as informações essenciais utilizadas em compras online. Na posse de tais informações, efetuam compras criminosas.
Troca de máquina
Essa técnica envolve a troca da máquina por uma outra que pertença ao ladrão. Essa máquina fraudulenta possui características semelhantes às do estabelecimento, de modo a não levantar suspeita
Os valores, claro, são repassados ao criminoso, e deixam de ir para a conta da empresa, que por vezes demora a identificar a substituição. Novamente, tal prática muitas vezes depende da ajuda de um funcionário mal-intencionado.
Evitando ou minimizando a ocorrência dessas fraudes
#1 As máquinas com leitores de chip são mais seguras
Basicamente, há dois tipos de cartões de crédito: os sem chip e os com chip. A diferença entre esses dois tipos é a senha e o nível de segurança envolvido.
Enquanto o cartão chipado exige uma senha para o uso, o cartão sem chip precisa apenas ser deslizado para pagar uma compra – as tarjetas magnéticas contêm todas as informações necessários.
O chip é composto por um microprocessador e baseia-se nas tecnologias SIM e GSM, funcionando com base nas tecnologias de autenticação de assinaturas, algoritmos de encriptação, certificados de pagamento, e internet.
Sem dúvida, os cartões com chip são bem mais seguros – e não à toa eles representam 90% dos cartões brasileiros. Sendo assim, uma das maneiras de reduzir a probabilidade de fraudes é priorizar as máquinas com leitores de chips, que envolvem robustos mecanismos de criptografia.
Caso não seja possível eliminar 100% dos cartões de tarjeta, oriente os seus funcionários a solicitar não só a assinatura da via do comprovante da transação que pertence ao estabelecimento, mas também a conferir a identidade do comprador – o ideal é que esse tipo de cartão não seja usado por terceiros, mas apenas pelo titular.
#2 Conferência diária das transações
Como vimos no caso do cancelamento intempestivo da venda, é muito importante que a empresa acompanhe diariamente todas as transações com cartões de crédito.
Caso identifique alguma discrepância, se apenas tiver decorrido um curto período em relação à venda, será muito mais fácil fazer a contestação diretamente com o banco ou com a administradora do cartão.
#3 Tecnologia é essencial
Investir em tecnologia e em recursos de segurança e de controle das transações é muito importante. Falamos não só de ter câmeras instaladas perto do caixa, mas sobretudo de adotar sistemas específicos que permitam monitorar as transações e compará-los diariamente aos dados de clientes.
Tais sistemas permitem identificar discrepâncias, mesmo quando está envolvido um grande volume de vendas. No varejo físico, destacamos a importância de considerar a aquisição de tecnologias de reconhecimento facial, biometria e autenticação por tokens.
#4 Medidas online
No varejo online, também há muitos problemas com fraudes. O essencial, novamente, é investir em tecnologia.
Atualmente, há sistemas de criptografia e verificação de fraudes que estão à disposição dos lojistas e podem ser aplicados a plataformas de pagamento online, conferindo os dados dos compradores.
Seja qual for o seu ramo de atividade ou o tamanho da sua empresa, conscientize-se de que investir na segurança nas transações de cartão de crédito é importante para manter a competitividade.
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